Julho Sem Plástico: a mudança está (literalmente) nas nossas mãos

*Luciana Lancerotti


Julho chegou, e com ele, o convite mais urgente e necessário do nosso tempo: repensar o uso do plástico no nosso dia a dia. O movimento #JulhoSemPlástico nasceu com esse propósito – mostrar que pequenas substituições podem gerar impactos imensos, reais e transformadores. Recentemente, vi um material poderoso do @voiceoftheoceansorg que me deixou chocada: mais de 700 espécies marinhas são afetadas por resíduos plásticos por ano, e mais de 100 mil animais morrem por isso. E o pior: apenas 9% do plástico é reciclado no mundo.

Pausa rápida: enquanto você lê este artigo, cerca de quatro caminhões de lixo plástico estão sendo despejados nos oceanos. É esse o tamanho da urgência. Mas também é esse o tamanho da oportunidade. A boa notícia? A mudança está ao nosso alcance. Está em trocar sacolas plásticas por ecobags, garrafinhas PET por squeezes reutilizáveis, filme PVC por paninhos encerados e esponjas sintéticas por bucha vegetal. É simples. Não é sobre perfeição – é sobre consciência, intenção e vontade de fazer diferente.

Muita gente pensa que o plástico vai parar no oceano por uma espécie de mágica ou destino. Mas, na verdade, ele sai da nossa mão, da nossa calçada, da nossa festa de aniversário, da nossa lixeira mal fechada. Quem nunca viu uma praia tomada por lixo após o Réveillon? Quem nunca usou copinhos e pratinhos plásticos numa festa por “praticidade”? Eu mesma, anos atrás, não pensava nisso com profundidade. Mas depois que a ficha caiu, não tem como desver. Como costumo dizer: o lixo não desaparece. O lixo é o nosso quintal – e o quintal é o planeta.

Cada passo conta – e começa com informação

Muita gente ainda não mudou porque falta conhecimento. E tudo bem – a mudança começa quando a gente acessa a informação certa e recebe bons exemplos. Por isso, sempre prefiro trabalhar pelo positivo. Não aponto o dedo. Eu dou a mão e digo: “vem comigo, olha como é possível fazer diferente”. Tem gente que é convicta, outras que estão se convencendo, e outras que ainda se sentem constrangidas. E todas essas pessoas merecem espaço nesse processo de transformação.

O mais importante é que metade da população quer fazer melhor, mas não sabe como. E é aí que entramos com empatia e soluções simples. Trocar a esponja de lavar louça por bucha vegetal. Usar sacos de pano ou de rede nas feiras, em vez dos saquinhos plásticos. Levar sempre um copo reutilizável ou uma garrafinha de metal na bolsa. Preferir talheres de metal ou madeira em vez dos de plástico. Pedir água da casa em vez de aceitar garrafinhas plásticas. Experimentar shampoo em barra. Essas atitudes são pequenas, mas poderosas.

Eu acredito que a sustentabilidade precisa ser descomplicada. Trago sempre dicas práticas do dia a dia, sem termos técnicos nem tom professoral. A gente já tem muita informação por aí – e o que falta, muitas vezes, é mostrar o como fazer. Gosto de acompanhar materiais da UNESCO, da ONU e também de outras pessoas que falam do tema com paixão e leveza. Meu conteúdo é sobre isso: como lavar a louça com menos impacto, como escolher materiais mais conscientes, como adaptar pequenos hábitos sem perder o prazer de viver.

Esse olhar para o impacto – pessoal e coletivo – também foi reconhecido recentemente com um marco que me emocionou profundamente: fui anunciada como integrante do Hall da Fama da Academia Brasileira de Marketing. Estar ao lado de nomes que admiro, e que têm contribuído para transformar o setor com ética, estratégia e consciência, é uma honra imensa. Sinto que essa conquista valida uma trajetória em que performance, propósito e impacto sempre caminharam juntos.

Também reforça meu compromisso com um marketing que não apenas impulsiona negócios, mas também influencia pessoas e contribui para um mundo mais justo e sustentável. Essa honraria não é ponto final – é um chamado para continuarmos repensando o marketing como uma força de transformação

No fim das contas, sustentabilidade não é só sobre o futuro das próximas gerações – é sobre a nossa própria qualidade de vida agora. Se esse movimento faz sentido pra você, compartilha esse texto, salva pra rever e marca alguém que topa fazer essa jornada contigo. Que julho seja só o começo de um estilo de vida mais leve – pra gente e pro planeta. Vamos juntos?

*Luciana Lancerotti é consultora e palestrante na área de Marketing com práticas sustentáveis para o mundo corporativo e pessoal. Ex-CMO da Microsoft, possui mais de 32 anos de experiência em grandes empresas.

 

Pesquisa

Pesquise abaixo conteúdos e matérias dentro da ABRAMARK

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore