“O mundo empresarial brasileiro está entendendo o significado de uma cultura corporativa forte”

Grande nome da gestão e da defesa da correta implementação da formação executiva no Brasil, José Salibi Neto, o S da sigla HSM, sinônimo de palestras, cursos e eventos voltados ao mais alto nível do setor corporativo nacional, é acadêmico da Abramark e um escritor incansável.

Autor do best-seller “Gestão do Amanhã” e mais seis livros de negócios, todos muito bem acolhidos pelo público. Salibi, que também tem ministrado palestras e workshops sobre liderança, transformou toda a experiência adquirida nos tempos em que convivia com Peter Drucker, Jack Welch, Michael Porter, Philip Kotler e Jim Collins, entre outros, numa fonte inesgotável de conhecimento e desenvolvimento para profissionais brasileiros interessados em ampliar seus horizontes.

Salibi é graduado pela Moore School of Business, da Universidade da Carolina do Sul (EUA), onde também cursou MBA em International Business, e atendeu nossa reportagem com o carinho e simpatia de sempre. Boa leitura!

Abramark – Você é uma das referências nacionais e mundiais em gestão. De maneira geral, como avalia a qualidade da formação dos profissionais e a cultura corporativa no Brasil?

JSN – Eu acho que a gente está passando por um momento ainda delicado, porque a academia ainda não conseguiu acompanhar os ritmos da mudança. Ainda há muitos acadêmicos, professores e escolas ensinando coisas que são do passado. E isso joga uma responsabilidade muito maior para as empresas, e as empresas que entendem esse fato ― e conseguem tomar conta da formação dos seus profissionais ― têm uma vantagem bastante grande.

Com relação à cultura, acho que hoje, finalmente, o mundo empresarial brasileiro está entendendo realmente o significado de uma cultura corporativa forte. A gente tem visto que muitas empresas estão fazendo as mudanças e adaptações necessárias para desenvolver uma cultura mais alinhada com o mundo atual. Eu acho que o nosso livro, o “Novo Código da Cultura”, que já vendeu mais de 25.000 exemplares, tem ajudado nessa transformação.

Abramark – Muito mais por necessidade do que por vocação ou real tendência, o Brasil tem visto uma série de startups surgirem. Muitas desaparecem rapidamente, outras até prosperam inicialmente, mas depois não vingam. O cenário no Brasil é muito difícil para os empreendedores ou nossos empreendedores ainda precisam amadurecer? Por quê?

JSN – É natural que exista, no mundo inteiro, um grande número de startups, mas somente algumas poucas sobrevivam. Não é exclusividade do Brasil. Para você ter sucesso, é preciso estar no lugar certo, no momento certo, com a tecnologia certa, com a gestão certa… Muitos desses jovens que desenvolvem startups têm uma ideia bacana ou, como o Peter Drucker disse, “jobs to be done”, um trabalho a ser feito, mas falha na execução, nos princípios, alicerces da gestão. Então é só ver hoje, se você fizer uma pergunta em alguma escola de negócios, na graduação, e quiser saber quem foi Peter Drucker, você vai ver o número pequeno de pessoas que conhecem. Isso é assustador.

Está faltando um pouco mais de maturidade. Os jovens focam muito nas tecnologias e esquecem a gestão.

Abramark – Antes de ser cofundador da HSM você teve experiência como tenista profissional. Até que ponto o esporte de alto desempenho ajuda ou molda o caráter de um profissional ou empreendedor?

JSN – Graças ao tênis que eu estou aqui agora. Foi o tênis que me abriu portas para ganhar uma bolsa numa universidade americana. Depois, através do tênis, eu consegui os recursos necessários, com aulas de tênis que eu dei por dois anos, para fazer um MBA nos Estados Unidos. Foi numa quadra de tênis que a HSM começou, com relacionamentos, usando o tênis para fazer relacionamento. Então, tênis, sim, tem sido fundamental, logicamente outros esportes também seguem a mesma linha. O tênis, talvez um pouco mais, porque é um esporte mais comum, praticado por pessoas de alto nível, e um a um, também. Você tem um relacionamento mais direto com a pessoa.

O esporte como um todo ensina muito: resiliência, você saber ganhar, saber perder, não desistir… Os princípios do desenvolvimento, treinamento do seu aperfeiçoamento contínuo, de você não se abater por nada. Então, tem sido ― e sempre foi ― fundamental.

Abramark – Seu mais recente lançamento literário, em parceria com Sandro Magaldi, “Estudo de Casos | Gestão do Amanhã”; tem sido muito elogiado pelo público. Por favor, conte um pouco sobre a obra.

JSN – Sentimos uma necessidade muito grande em ter mais cases para que as empresas, empresários , empresárias, executivos, executivas tenham alguma referência. A gente fala muito de conceitos e exemplos pontuais, mas não muito a fundo.

Com relação aos estudos de casos, que foi um método pioneiro desenvolvido pela Harvard Business School, a gente notou, também, que a maneira como as empresas são analisadas nesses cases, mesmo nos desenvolvidos por Harvard, não está alinhada com o mundo atual. A partir daí, nós identificamos seis competências transformadoras para fazer essa análise.

E o livro está sendo muito bem recebido. Hoje a nossa teoria é a de que as pessoas aprendem mais com quem faz do que com quem fala. Antigamente você tinha aquele mundo dos grandes professores, que desenvolviam algum framework, como o do Michael Porter, das cinco forças; dos quatro Ps, do Philip Kotler; o Balanced Scorecard, do Robert Kaplan. Hoje o mundo está tão dinâmico, que é mais prático você aprender com quem está fazendo. Sempre tendo uma análise correta, uma visão correta através das competências transformadoras que nós desenvolvemos: costumer centricity, gestão ágil, dados, cultura, liderança, estratégia e inovação dentro desse contexto.

Abramark – Deixe um recado para os profissionais de gestão, comunicação e marketing que querem triunfar e fazer a diferença em um mercado cada vez mais caótico e competitivo.

JSN – Não pare de aprender. É muito importante aprender com toda essa moçada das startups, mas também é fundamental aprender com a turma da “velha guarda”. A gente costuma dizer que os jovens têm as startups e os “velhos” têm o dinheiro. Não esquecendo os princípios e alicerces que sustentam o sucesso de uma empresa. É preciso aprender a navegar no passado e no futuro, mas fazer relações, ver quais são as ideias que foram desenvolvidas no passado, por exemplo, do Peter Drucker, o “jobs to be done”, ou o ponto de inflexão estratégica, do Andrew Grove. Ver como essas teorias, que foram desenvolvidas no passado, foram potencializadas pela tecnologia.

Continuem aprendendo com cases. Sigam-me no Instagram (@josesalibineto). Dedico minha vida a isso (treinar e capacitar pessoas), e o Sandro Magaldi @sandromagaldi), também. Leia nossos livros. Vamos lançar mais um, agora em agosto, que vai chamar algo como “A Reinvenção da Liderança – Competências e Habilidades Para o Líder do Amanhã” e estamos muito entusiasmados. Fique atento(a), acompanhe a gente e a outros jovens, também, e
acabe chegando a sua própria conclusão através de experimentos, testes.

Conheça mais sobre Salibi em um depoimento exclusivo sobre sua história e carreira.

#Abramark, #Marketing

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