Nesse mundo, que um dia eclodirá, teremos prestadores de serviços individuais, de quem se compram horas para proceder arrumações em espaços físicos.
De empresas, escritórios, e muito especialmente, de residências.
Ser EMPREGADO, definitivamente, e de digno, não tem nada. É o último ponto de libertação das pessoas que um dia foram escravas.
Na NOVA ECONOMIA, SK&E, Sharing and Knowledge Economy, onde o formato de trabalho é por parcerias e o capital é o conhecimento, ainda que seja para limpar casas e escritórios, não faz mais sentido alguém ser empregado de quem quer que seja.
Mas, ainda estamos caminhando nessa direção. A passos mais acelerados do que a maioria das pessoas e supostos entendidos no assunto pensam…
Nas últimas semanas alguns articulistas e consultores vêm tentando entender o impacto da pandemia no chamado trabalho doméstico, e onde pontificam duas modalidades: as diaristas, e as empregadas fixas, mensalistas.
Quando se analisa a variação nas curvas e estatísticas, as mudanças foram de pouca monta.
Segundo o IBGE, e comparando os números de agosto a outubro de 2019, antes da pandemia, registravam 4,437 milhões de empregados domésticos sem carteira assinada; já no mesmo trimestre deste ano, o número é de 4,399 milhões, ou seja, pouca coisa abaixo, considerando-se a dimensão da crise decorrente da COVID.
As pessoas que prestam serviços nesse território, e que ainda são tratadas como EMPREGADAS DOMÉSTICAS, sejam diaristas ou mensalistas, em recente matéria da FOLHA manifestaram suas opiniões, considerando a experiência que vêm vivendo.
Em seu depoimento, BERNADETE, 41 anos, diz, “Coloquei um anúncio para trabalhar como fixa ou diarista, mas prefiro trabalhar numa casa só. Com uma patroa dá para colocar o serviço em dia aos poucos. Fazer diária na casa uma vez por mês é exaustivo – um dia vale por três, tem de lavar da calçada ao quintal em poucas horas e não há garantia do trabalho…”.
Já, REGINA, 45 anos, prefere ser diarista. Trabalha como faxineira há 19 anos. Veio do interior da Bahia na busca de trabalho e melhores condições de vida em São Paulo… Diz, “Cheguei a trabalhar em uma mesma casa por anos, mas hoje sou diarista – prefiro assim… A possibilidade de trabalhar em diferentes casas tem muitas vantagens como, e nos últimos tempos de crise, não depender das condições financeiras de uma única família… E ainda, embora trabalhando mais, consigo ganhar mais do que como mensalista…”.
É isso, amigos.
Seremos um País e um mundo civilizado, moderno e socialmente mais justo quando não existir mais nenhum ser humano que aceite e precisa trabalhar como EMPREGADO DOMÉSTICO, o último degrau da escravatura.
Nesse momento teremos prestador de serviços individuais, profissionais qualificados e capacitados, que cuidarão da limpeza e outros afazeres nas residências e nas empresas.
Residências e empresas mais que preparadas para exigirem dessas pessoas, semelhantes desgastes físicos que caracterizaram suas vidas, no correr de séculos, e que as faziam adoecer com maior incidência, e viverem menos.
Se vocês quiserem se aprofundar mais sobre essa forma de trabalho, mais toda a história e evolução do trabalho na chamada história moderna, últimos 2000 anos do mundo, o melhor e mais completo livro sobre o tema foi publicado no ano passado, pela editora SEXTANTE. Seu título é O TRABALHO NO SÉCULO XXI, seu autor DOMENICO DE MASI, tem quase 800 páginas, mas vale a pena e mais do que recomendo.
Essencial para quem quiser entender como foi o trabalho no correr dos últimos dois milênios e seus séculos, e como será daqui para frente.
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Esse conteúdo é parte da síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios no Brasil e no mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER.