Dados apontam que narrativas afetivas e complementação de audiências alavancam desempenho no marketing de influência
Uma análise inédita, lançada às vésperas do Dia dos Namorados, indica que parcerias entre perfis afetivos oferecem vantagens estratégicas às marcas, com maior alcance orgânico, conexão emocional com o público e narrativas mais envolventes. Realizado pela Air, primeira empresa a desenvolver uma plataforma proprietária de marketing de influência do Brasil, a análise revela que conteúdos produzidos por casais de influenciadores alcançam uma média de 12,5% de taxa de engajamento — número significativamente acima da média das redes sociais, que varia entre 0,5% e 5%, conforme o porte do influenciador.
A empresa analisou quatro casais em diferentes momentos de relacionamento — incluindo Bianca Andrade (Boca Rosa) e Diego Cruz; Maria Venture e Yasmin Santos; Livia Jacob e Glen Liu; além do ex-casal Virgínia Fonseca e Zé Felipe — e mostra que, quando atuam juntos, influenciadores conseguem somar o alcance de suas bases ao mesmo tempo em que potencializam a identificação com seus seguidores. “O público não apenas consome o conteúdo, como torce pela história daquele casal. Isso gera um volume maior de comentários, compartilhamentos e interações genuínas, o que pode alavancar os resultados quando trabalham juntos em uma campanha de marca”, explica Alexsandra Celeste, Cientista de dados da Air.
Apesar do desempenho expressivo, o levantamento da Air mostra que ainda é comum as marcas contratarem os influenciadores individualmente mesmo em campanhas para casais, possivelmente por falta de dados consolidados sobre a sobreposição de audiências e pela percepção de custo elevado ao contratar duas pessoas.
Casais que somam, engajam e convertem
No caso de Bianca Andrade e Diego Cruz, por exemplo, os números mostram como o casal une alto alcance com forte engajamento: juntos, eles somam mais de 22 milhões de seguidores no Instagram e mais de 12 milhões no TikTok. Enquanto Bianca apresenta grande volume de seguidores (19M), Diego tem um engajamento três vezes maior (3,10% contra 0,36%), com média superior de interações por post (106 mil, ante 87 mil dela). Isso sugere que conteúdos produzidos em conjunto podem combinar o melhor de ambos: visibilidade massiva e resposta ativa do público.
Outros exemplos relevantes são Maria Venture e Yasmin Santos, que juntas reúnem 7,6 milhões de seguidores e dialogam fortemente com o público jovem feminino e LGBTQIAP+. Já o casal Livia Jacob e Glen Liu chama atenção pelo engajamento altíssimo (9,54% e 12,03%, respectivamente), mesmo com bases mais modestas — indicador de alta performance e fidelidade da audiência.
“Casais influenciadores oferecem um terreno fértil para estratégias de marca que buscam autenticidade, emoção, impacto e semelhança com outros que estão começando uma família em datas comemorativas como o Dia dos Namorados, Natal e efemérides do mesmo perfil. Eles permitem que as marcas contem histórias reais, com vozes complementares e conexão emocional com o público”, afirma Alexsandra.
Amor, influência e estratégia
Além dos dados de performance, a análise destaca o potencial simbólico desses casais, que transbordam suas narrativas para além do romantismo. Maria e Yasmin, por exemplo, somam lifestyle jovem, beleza autêntica e representatividade cultural e social, enquanto Lívia e Glen dialogam com o público que está em transição para a vida adulta, falando de carreira, casa, presentes surpresa e consumo em dupla. Já o ex-casal, Virgínia e Zé Felipe, ilustram como até mesmo o fim de um relacionamento pode se transformar em combustível para a movimentação das redes — e, consequentemente, para o mercado publicitário. Após serem envolvidos em polêmicas ligadas à CPI das Bets, Virginia chegou a perder mais de 743,9 mil seguidores, mas, ao anunciar a separação de Zé Felipe, recuperou parte da audiência, ganhando 388,5 mil novos seguidores. Já o cantor teve um crescimento expressivo: somou 2,38 milhões de novos seguidores no mesmo período.
Essas oscilações mostram como o engajamento em torno de suas narrativas pessoais continua relevante. Ainda assim, a separação altera o tipo de posicionamento possível para campanhas: antes associados à família, maternidade e vida em casal, os dois passam a ser ativados em campanhas mais individualizadas, voltadas a nichos distintos. Para algumas marcas, a mudança representa um desafio — especialmente aquelas que investem em valores de relacionamento estável e imagem familiar. Para outras, no entanto, o novo contexto pode ser uma oportunidade: tanto Virgínia quanto Zé Felipe permanecem altamente influentes, agora com mais flexibilidade narrativa, porém com taxas de engajamento ‘normais’, como outros solteiros.