Por Marco Marcelino
Foi-se o tempo em que um CEO ficava trancado na torre de marfim, discutindo estratégia com meia dúzia de conselheiros e assinando relatórios.
O novo CEO não se esconde. Ele posta. Ele grava. Ele engaja. Ele vira um canal. Será?
O empreendedor do futuro ou melhor, do presente entendeu que sua maior vantagem competitiva não é um produto revolucionário, nem um time de elite, nem um processo de vendas impecável. É ele mesmo. É a capacidade de atrair, cativar e converter através da própria voz. Não se trata de narcisismo, mas de pragmatismo. No B2C, já vimos esse roteiro: influenciadores se tornando donos de marcas e deixando conglomerados publicitários obsoletos. No B2B, o filme ainda está começando. Mas os sinais são claros. CEOs discretos, escondidos no backoffice, estão sendo atropelados por aqueles que viraram referência no seu nicho. Gente que não vende só produto, mas um pensamento, um jeito de fazer, uma comunidade.
A lógica mudou. Isso é fato. Antes, o produto era o rei. Agora, o canal é o império. Você concorda? Uma boa audiência engajada vale mais do que um pitch afiado para investidores. Fundadores já perceberam que podem trocar equity por mídia, trazendo influenciadores para dentro do captable. Faz sentido. O público vem antes do produto. Constrói-se uma comunidade, depois lança-se um MVP. E, se der certo, o próprio público escala a empresa.
O playbook do bilhão está sendo reescrito. O CEO que não aprende a produzir conteúdo logo será um executivo à deriva, olhando de fora enquanto os novos influenciadores-empreendedores acumulam rodadas de funding sem precisar pedir. O jogo virou: ou você vira um canal, ou vira irrelevante. E a melhor parte? Não precisa pedir permissão para começar.