Pedro Cabral é um visionário que na década de 90 já investia no marketing digital. Fundou a AgênciaClick em 1999 que teve grande destaque no mercado brasileiro e a mais premiada do mundo no Festival Cannes de 2000. Hoje, Cabral é CEO da agência digital Ampfy e Chainman Partner da Nobox .

Acadêmico da Abramark, Cabral respondeu às nossas cinco perguntas dessa semana. Confira!

Abramark – Estamos vivendo mais uma tentativa de retomada, com o clima pesado pelo “pós-pandemia” e eleições Federais e Estaduais. Quais são as suas impressões para os negócios nesse ano e no ano que vem?

PC – Estamos bem melhor do que nos últimos dois anos de pandemia. As atividades vêm se normalizando gradativamente, apesar de ainda termos casos e mortes, mas com a população plenamente vacinada. Os clientes retomaram os planos e investimentos publicitários e muitas são as concorrências por novos trabalhos.

Abramark – O digital e a tecnologia foram a “tábua de salvação” para muitos negócios nos últimos dois anos. Isso aconteceu com algum(ns) dos clientes da Ampfy?

PC – Os dois últimos anos marcaram uma mudança definitiva. Os consumidores foram obrigados a praticar e-commerce e aprenderam as vantagens e a conveniência disso. Não haverá retorno, a digitalização das transações é irreversível.

Abramark – No mercado americano, onde atua a Nobox, também aconteceu algo parecido durante a quarentena? Existem paralelos com o mercado nacional ou a situação foi bastante diferente?

PC – O aumento significativo das transações online é um fenômeno mundial. A aceleração acontece em todo o mundo. Especialmente, nos EUA a retomada aconteceu forte, inclusive trouxe uma inflação que é completamente desconhecida para os americanos. Isso mexe no preço dos ativos das big techs que ficam mais sensíveis às oscilações do crescimento dos investimentos em publicidade digital. Outro assunto interessante é a movimentação de pessoas do Silicon Valley e de NYC para áreas mais agradáveis de viver e com custos de vida menores, devido à facilidade de se trabalhar em home office.

Abramark – Muito se fala em metaverso e experiências mais imersivas, surpreendentes e cativantes para o usuário dentro de um novo ambiente digital, uma oportunidade enorme para marcas se posicionarem e fazerem negócios nesse “novo” espaço. Você acredita que isso acontecerá em médio prazo, ou que ainda teremos que aguardar a tecnologia (conexão/banda) — e principalmente o público se acostumar com essa novidade — até que os negócios possam ser efetivamente concretizados em escala?

PC – As experiências e aplicações em metaverso vêm surgindo pontualmente. Toda tecnologia tem uma curva de adoção. Neste caso ainda estamos nos preliminares. Ainda leva um tempo até a sua popularização. Qual este tempo? A Meta (Facebook) é uma das empresas mais questionadas pelo mercado sobre esta urgência devido à aposta explícita do seu líder.

Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para os estudantes e novos profissionais de comunicação ou digital para que consigam prosperar e crescer no mercado?

PC – Estamos ainda num momento de busca de eficiência, produtividade e avanço do e-commerce e serviços digitalizados. As melhores oportunidades nos próximos anos ainda serão nestas áreas. Hoje temos uma carência enorme no mercado de profissionais de performance, grow, BI (business intilligence) e e-commerce. Estas são as maiores oportunidades neste momento.