Jornalista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-graduado em Sociologia da Comunicação pela Faculdade Nacional de Ciências Políticas da Universidade de Paris. Criador, primeiro diretor e professor do CUP, que depois se transformou na Faculdade de Comunicação da UniverCidade. Editor-Chefe dos Cadernos de Jornalismo e Comunicação (1970-1975) – primeira publicação regular brasileira dedicada a estes temas. Esse é Armando Strozenberg. Paulistano de nascimento, mas desde os 10 anos de idade orgulhosamente carioca.
Após brilhantes trabalhos no jornalismo, atuando por 12 anos no Jornal no Brasil, sendo 5 como correspondente em Paris, Strozenberg decide mudar e investe em outra vertente da comunicação: a propaganda. Cria, em 1977, a Estrutural e, no final de 1983, a Contemporânea, duas agências que se tornaram ícones das profundas mudanças por que passou o modelo de agências de publicidade no Brasil.
Em 2008, e após a venda do controle da Contemporânea para o Havas Groupe, é nomeado seu Chairman no Brasil, cargo que ocupou até o final de 2018.
Multipremiado pelas mais importantes entidades e reconhecimentos do setor da comunicação em três diferentes décadas, Armando Strozenberg também teve destacada militância associativa e setorial, com liderança e contribuição na ABP (Associação Brasileira de Propaganda), Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão) e Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).
Amante da cultura, da educação e das artes, Strozenberg integra o board de diversas escolas, associações, museus e demais manifestações culturais de relevância. Hoje à frente de sua consultoria, a Stro, é o convidado da semana a responder às nossas cinco perguntas.
Abramark – A Estrutural e a Contemporânea fazem parte dos chamados “anos de ouro” da publicidade brasileira – 1980/2010. Em seu entendimento, porque o modelo de sucesso daqueles 30 anos perdeu por completo a razão de ser hoje?
AS – A disrupção digital desorganizou bastante o modelo de agência como um todo. Mas me parece radical afirmar que o modelo de sucesso daqueles 30 anos se perdeu “por completo a razão de ser hoje”. Princípios que nortearam o modelo permanecem válidos. Algumas mesmas inspirações continuam fundamentais. Muitas ideias brilham muito ainda porque foram criadas por coletivos organizados.
Abramark – Você morou e trabalhou em Paris durante 5 anos. Foi CEO da Havas no Brasil até 2018. Com base em toda essa vivência, no que as agências com sotaque europeu/francês são diferentes das americanas?
AS – O modelo anglo-saxão de advertising tomou conta do mundo depois da 2ª Guerra Mundial. A França, muito orgulhosa de sua cultura, e particularmente de sua belíssima língua, até tentou resistir em parte ao domínio. Inventava um termo aqui, um pensamento crítico ou alternativo acolá, mas na essência a operação publicitária foi e continua sendo muito semelhante à norte-americana.
Abramark – Em seu entendimento, quais as principais competências que as agências de comunicação precisam ter daqui para frente? Aproveite e conte para nós um pouco sobre a atuação da Stro Consultoria de Comunicação, e quais os serviços presta, após mais de 50 anos de experiência.
AS – Tenho a impressão que as agências de comunicação nestes tempos de rupturas dos modelos precisam ampliar ao máximo a sua capacidade de escuta e absorção das demandas do que no passado se chamava de mercado. Para definir seu formato, vocação, território, etc. E — por que não? — até a sua viabilidade.
A Stro se dedica à consultoria na área de comunicação estratégica. Além de compartilharem com a minha experiência de jornalista, publicitário e professor de comunicação, os seus clientes contam com um diagnóstico, acompanhamento pessoal e um hub de especialistas de altíssimo nível selecionados tailor-made.
Abramark – Falando um pouco do Brasil, e considerando-se o tsunami tecnológico que vem “disruptando” o mundo de forma radical, nosso país precisa de reformas, ou ser repensado praticamente do zero, considerando essas novíssimas realidades. O que você recomendaria?
AS – O Brasil e o nosso planeta estão assustadoramente fragilizados em todos os sentidos. Há tudo para ser repensado. O “tsunami tecnológico”, por exemplo, se por um lado nos trouxe a um mundo espetacular, por outro, pode estar acelerando a destruição do próprio conceito de comunicação.
Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de comunicação e marketing que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?
AS – Ética, respeito, consciência e responsabilidade social, inquietação, olhar para o novo, compromisso com a verdade, coragem, entre tantos conselhos e dicas, estas com certeza.
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