Um dos líderes mais reconhecidos e realizadores da comunicação brasileira, Geraldo Rocha Azevedo tem quase 40 anos de experiência no mercado publicitário. Começou cedo, ingressou na Ogilvy, onde atuou inclusive nos Estados Unidos (Nova York).
Depois fundou a Rocha Azevedo, uma das agências mais premiadas do Brasil na oportunidade, com escritórios em São Paulo, Buenos Aires e Santiago. Após a venda de sua agência, permaneceu como presidente da Marketing Store para a América Latina. Na sequência, foi sócio e copresidente da NeogamaBBH, comercializada ao Grupo Publicis. Nesse período, em função do non-compete, atuou como diretor da T4f, grande empresa de entretenimento ao vivo.
E, desde 2016, comanda sua mais atual empreitada: a Execution.
Eleito três vezes como empresário do ano, ganhador de mais de 100 prêmios nacionais e internacionais de comunicação e um dos poucos brasileiros a presidir um júri em Cannes, Geraldo Rocha Azevedo, integrante de nosso Hall da Fama, é o nosso convidado a responder as cinco perguntas dessa semana. Confira!
Abramark – Você começou e empreender muito cedo, atuou em grandes grupos, inclusive fora do Brasil, teve a sua própria agência, viveu os chamados anos de ouro da publicidade brasileira, e comanda a Execution desde 2016. Na sua opinião, quais as caraterísticas mais marcantes e desafiadoras para um gestor de negócios relacionados à comunicação nos dias de hoje em relação ao que foi até a primeira década dos anos 2000?
GRA – O maior desafio nesse momento é formar e manter um time de ponta. Uma agência nada mais é do que uma junção de pessoas em um determinado momento no tempo. Então, e só então, a mágica acontece.
Pense nas grandes agências que em algum momento no tempo chamaram a atenção. Sempre havia um time que fazia acontecer. E que, uma vez separado, aquela determinada agência nunca mais voltou a ter o brilho de antes.
No passado, bastava ter um bom cheque, bons clientes, uma placa sedutora que a atratividade e a retenção de talentos estavam garantidas. Essa realidade mudou. Hoje, as pessoas precisam ter um propósito; serem estimuladas a performar e sair da sua zona de conforto e, sobretudo, querer dar o seu melhor para ser merecedor do respeito e da admiração do colega da mesa ao lado. Aí sim, cria-se um círculo virtuoso e a mágica acontece.
A Execution é uma agência extremamente alegre. Tanto é assim que fomos certificados com o Great Places to Work que, em se tratando de agência, é quase um contrassenso, já que a atividade é extremante estressante. Isso mostra um pouco do clima que conseguimos criar. Credito ao time 100% do sucesso que temos conseguido nesses poucos anos.
Abramark – Como tem sido esse início de ano para a Execution e quais as perspectivas para o ano? Conte um pouco sobre os clientes atuais.
GRA – 2023 é o sexto ano da Execution. Temos crescido a um CAGR (Compound Annual Growth Rate) de 29% em receita nos últimos três anos
Hoje, estamos com um time de 130 pessoas e temos uma carteira de clientes dos quais eu me orgulho muito, sendo os principais: Samsung, Warner, Candida, Qboa, Bradesco Seguros, Movida, Suzano, J. Macedo (Dona Benta, Petybon, Sol, Brandini), Shopping Pátio Higienópolis, ABREE, entre outros.
Nosso modelo é um modelo de agência completa, com sólido planejamento estratégico, três diretorias de criação, uma área de conteúdo Digital e distribuição online, offline, performance e BI.
Importante dizer que temos crescido organicamente em todos os nossos clientes, isso diz muito a respeito do trabalho que a agência vem desenvolvendo.
2023, com o que já temos contratado, deveremos apresentar um crescimento próximo aos 30%.
Abramark – Um dos setores que você mais conhece e atuou é o de entretenimento, shows. Sem dúvida a pandemia foi um golpe muito duro para quase toda economia, mas esse mercado em especial foi um dos mais devastados pelas restrições. Aos poucos parece estar retomando um ritmo forte, talvez em maior intensidade do que víamos no período pré-pandemia, apesar das perdas. Você acha que 2023 será um ano de grande virada para esse e outros setores?
GRA – O setor de eventos e entretenimento foi um dos mais afetados pela pausa gerada na pandemia. Algumas empresas, como a Live Nation, tiveram a iniciativa de injetar dinheiro, junto com alguns artistas, no ecossistema de produção para garantir que a força de trabalho estivesse lá numa eventual retomada. Iniciativas como essa permitiram uma rápida retomada.
Nesse momento, o setor está vivendo um boom histórico. Desde os eventos do trade, como os do Meio e Mensagem, até os shows e festivais estão, na sua maioria, completamente vendidos.
Isso mostra um grande apetite de toda a cadeia e, acredito que essa é uma tendência que não tem volta, como comprovam os números do recém-lançado “The Town” ou o Lolla, ou mesmo a atividade no Carnaval ou em bares.
Abramark – Alguns dizem que na publicidade, a “grande ideia”, as campanhas memoráveis ficaram para trás. Você concorda com essa afirmação? Por quê?
GRA – Houve um momento onde as ideias tinham uma maior visibilidade. Foi a época onde a TV não só mostrava as grandes ideias, mas como também apresentava os seus criadores, que ganhavam status de rock stars.
Hoje, apesar da importância da TV permanecer, existe uma fragmentação muito maior de canais e, consequentemente, as ideias “aparecem” menos, mas, isso não quer dizer que as campanhas estejam menos criativas. Talvez elas só estejam aparecendo menos…
Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de publicidade e comunicação que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?
GRA – Coloque seu coração e sua mente no trabalho.
Comunicação é uma atividade deliciosa, você mexe com gente, ideias, resultados, influencia comportamento e nunca houve uma época tão fascinante como a que estamos vivendo hoje.
#Abramark, #Marketing, #Publicidade, #Comunicação, #ExecutionComunicacao