Graduado em Economia, Ciências Contábeis e com MBA em Controladoria, Agricio Neto começou atuando em uma grande multinacional de consultoria e auditoria fiscal.
Sempre orientado por esse viés financeiro, mas com um olhar criterioso para o negócio como todo, ingressou na Sky no início da empresa no Brasil. Lá permaneceu por mais de 21 anos: de CFO a Diretor de Marketing, depois promovido a VP de Marketing e Programação. Uma jornada de sucesso e muito trabalho que se confundiu com o avanço da Sky no mercado nacional durante um longo período.
Agricio ainda foi CEO da Claro TV no Brasil por mais de um ano.
Com diversos cursos nacionais e internacionais de capacitação em gestão de negócios, conselheiro de empresas, startups e investimentos, especializou-se como board member e investidor anjo. Hoje, Agricio é Membro Associado e Membro do Comitê de Avaliação do BR Angels, além de investidor e integrante do conselho de quatro startups, e investidor de outras 20.
Desde outubro de 2021 é CEO do LACann Group, especializado em cannabis medicinal.
Confira as respostas de Agricio Neto, integrante do Hall da Fama da Abramark e nosso convidado da semana a responder as cinco perguntas. Confira!
Abramark – Fale um pouco sobre o LACann Group e desse mercado de grande potencial ─ transformador e financeiro ─ que é o da cannabis medicinal.
AN – O LACann Group é formado por um grupo de empreendedores, profissionais da saúde e investidores empenhados em promover o bem-estar, a saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio da cannabis medicinal.
Somos representantes dos produtos Eliv no Brasil, com um portfólio completo de óleos, balas e cremes.
A cannabis medicinal tem sua eficácia comprovada no tratamento de diversas patologias clínicas, ajudando pacientes a melhorar a sua qualidade de vida. Mas perante os órgãos governamentais e parte da opinião pública mais desinformada ainda gera muita desconfiança e preconceito, entretanto continuo acreditando que vamos superar estas barreiras para o crescimento do negócio e proporcionando saúde à população.
Abramark – Em médio prazo, e vencidas as barreiras de regulação, preconceito e falta de conscientização, na sua opinião, o Brasil terá possibilidades de ser um player importante produtor nesse mercado? Ou sempre teremos que recorrer à importação?
AN – A produção local ainda é uma barreira regulatória, cultural e de preconceito. Atualmente o mercado trabalha com 2 modelos de negócio com autorização da ANVISA: RDC 660 – importação direta pelos pacientes, modelo que trabalha a LACann representando os produtos Eliv no Brasil, e RDC 327 – produção pelas indústrias farmacêuticas e laboratórios, e venda de produtos ao varejo farmacêutico físico e on-line, através de prescrição médica controlada.
Há, também, várias associações que trabalham através de liminares judiciais, que produzem e vendem seus produtos aos pacientes e médicos associados. As farmácias de manipulação, também através de liminares judiciais, produzem e vendem seus produtos aos pacientes e médicos.
Ou seja, o mercado no Brasil já encontrou diversas formas de poder consumir os produtos de cannabis medicinal porque vê os benefícios para a saúde e qualidade dos produtos. Os órgãos regulatórios têm que acompanhar isso.
Abramark – Como membro do BR Angels, como analisa o atual estágio das startups brasileiras? Nossos empreendedores estão mais maduros e focados em negócios consistentes, escaláveis e com reais propósitos?
AN – O BR Angels é uma associação com mais de 250 CEOs e empresários de grandes corporações atuando diretamente para ajudar no crescimento das nossas investidas, o que chamamos de Smart Capital.
Nós analisamos mais de 200 startups por mês, de negócios variados e sempre com promessas de crescimento acelerado e escaláveis. A senioridade dos associados ajuda na análise e revisão destas startups, sim percebemos um amadurecimento dos empreendedores e os negócios apresentados parecem mais reais, ajudando o consumidor ou as empresas a eliminar uma “dor” atual do seu negócio.
Abramark – Você foi vice-presidente de marketing da Sky por mais de 10 anos, atuando ao todo durante mais de 21 anos na empresa. Por isso, sua opinião sobre esse tema é muito importante: como acha que a distribuição de conteúdo/entretenimento em vídeo vai ser em um futuro próximo com tantos players e plataformas distintas disputando consumidores confusos e que, muitas vezes, acabam até apelando para a pirataria?
AN – A produção e distribuição de conteúdo está cada vez mais dividida entre os grandes estúdios (Hollywood), os estúdios independentes e as diversas plataformas de streaming.
Haja fôlego financeiro para tanta dispersão em produção, distribuição e chamar a atenção do consumidor, que no final, vai pagar por tudo isso. Recentemente a mídia tem mostrado as dificuldades financeiras destas grandes empresas. Minha visão é a de que haverá uma consolidação neste mercado, redução de promoções e aumento de preços aos consumidores.
Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de marketing e comunicação que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?
AN – Profissionais de marketing e comunicação têm que entender muito de seu negócio, seja de pequenas ou grandes empresas, e estar muito “antenado” em tudo o que está acontecendo de comunicação, no mundo digital e suas métricas, nas redes sociais, na comunicação tradicional, na mídia exterior, e nas novidades que aparecem todos os dias.
O desafio é ser curioso e aprender sempre, se relacionar com os seus pares de mercado e trazer as melhores sugestões e propostas para o seu negócio.
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