Iniciativa sediada na icônica Galeria Metrópole, no centro de São Paulo, será um polo de geração de conteúdo e articulação de soluções e intervenções culturais, em torno do setor da economia criativa e dos conceitos de desenvolvimento sustentável e de circularidade

A atividade inaugural já acontece no carnaval, com orientações que prestarão auxílio na tomada de decisões na sustentabilidade dos ensaios e desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta, maior bloco do carnaval de rua de São Paulo.

Alexandre Natacci, Carlota Mingolla e Alê Youssef

Idealizado pelo ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo, Alê Youssef, pela consultora e pesquisadora Carlota Mingolla, e pelo empresário Ale Natacci, o Projeto Utopia é uma plataforma permanente dedicada a ações para gerar conteúdo e impulsionar a economia criativa e a sustentabilidade nas cidades brasileiras. Também presta serviços visando gerar impacto nos setores do entretenimento geral e de economia criativa, para que os grandes eventos se atentem ao meio ambiente em suas realizações.

A atividade de estreia é a parceria com o bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, implantando medidas estratégicas e inéditas no carnaval paulistano como a neutralização total da emissão de carbono, tanto durante os ensaios como nos desfiles, considerando, além de combustíveis, outras fontes, como a geração de resíduos e o deslocamento dos foliões até o bloco. Posteriormente, haverá gestão de resíduos sólidos em parceria com a Pimp My Carroça. Estima-se que serão compensadas 183 toneladas de dióxido de carbono (CO²), certificadas pela Verra (Verified Carbon Standard), e investidas no Projeto Envira Amazônia. Este modelo de ação mostra a viabilidade da execução destas ações na economia criativa com o objetivo de firmar boas práticas sustentáveis com parceiros.

Todo o projeto tem como meta valorizar a relação entre criatividade e ecologia como alternativa de desenvolvimento econômico social e sustentável para as cidades brasileiras. Com foco nos territórios e suas múltiplas interações, a plataforma pretende construir uma comunidade de ação e reflexão, que articula e mobiliza soluções e intervenções culturais em torno dos diversos setores da economia criativa e dos conceitos de desenvolvimento sustentável e da circularidade.

O Espaço Utopia (sede do projeto) terá como base a Galeria Metrópole, um ícone da arquitetura modernista na capital paulista, e também considerada um case da economia criativa, por ter-se revigorado a partir do empreendedorismo de escritórios de arquitetura e urbanismo, estúdios de design, mobiliário, fotografia, moda autoral, livrarias e editoras, que passaram a ocupar o espaço, dialogando diretamente com os imperativos do Utopia: experimentação, diversidade, diálogo e acesso.

Em sua programação, inclui-se produzir e realizar podcasts e videocasts, gravados semanalmente no estúdio de audiovisual, e que integrarão o Espaço Utopia, na Galeria. Os conteúdos serão organizados em programas próprios com o objetivo de repercutir a relação da economia criativa com sustentabilidade, inovação e transformação. Serão convidados DJs para serem residentes.

Está prevista também a abertura de um restaurante/bar escola, conceituando a gastronomia como um símbolo fundamental da economia criativa da cidade. Além de promover a formação de mão de obra, esta iniciativa desperta a reflexão sobre o impacto das práticas culinárias e dos hábitos alimentares no meio ambiente, na sociedade e na economia.

Outra missão do Utopia é montar uma escola livre de cursos, voltados para a economia criativa, sendo alguns focados para posições do audiovisual, programação de games, programação musical e produção cultural lato sensu, em que se ensinará como inscrever projetos em leis, captar recursos e realizar grandes eventos.

Ao longo de 2024, o calendário de atividades do Projeto Utopia fará o lançamento de microcrédito para empreendedores da economia criativa, a abertura dos editais de impacto de prototipagens urbanas e soluções sustentáveis para cidades e de produção e intervenção artística, além de chamada para residência artística, em que artistas, selecionados por meio de um convite público, serão estimulados a investigar e explorar as relações entre a arte e a sustentabilidade.