Um dos maiores nomes da publicidade brasileira, Flavio Rezende já conquistou alguns dos prêmios mais importantes da área de mídia, como Prêmio Caboré (categoria Profissional de Mídia); Personalidade de Mídia no 14º Prêmio de Mídia do Estadão; Profissional de Mídia do Ano, no 17º Prêmio Veículos de Comunicação; Mídia do Ano, escolhido pelo jornal O Estado de São Paulo em 2003; 17º Prêmio Veículos de Comunicação na categoria Profissional de Mídia e Contribuição Profissional concedido pela APP – Associação dos Profissionais da Propaganda.
Com passagens emblemáticas por agências como Almap BBDO, Ogilvy&Mather, FCB, Y&R, Lintas e Quadrant, Rezende atuou por mais de 19 anos como VP de Mídia da DPZ, gerindo verbas de anunciantes de porte, como Banco Itaú, Vivo, Bombril, Kimberly-Clark e BMW.
Com atuações no Estadão e como Diretor de Marketing da Perdigão em Portugal, Flavio Rezende construiu uma carreira sólida e repleta de realizações.
Integrante do Hall da Fama da Abramark, lidera, desde 2017, a TAU Media Consulting, atendendo clientes de diferentes portes e setores. E, por tudo isso, é nosso convidado da semana a responder as cinco perguntas.
Abramark – Fale um pouco sobre a TAU Media Consulting. Como tem sido atuar como consultor externo, após tantos anos em agências de publicidade?
FR – A dinâmica do mercado mudou radicalmente, impondo uma nova ordem de prioridades, quebrando regras e tabus. E ao mesmo tempo também flexibilizado acesso para todas as tecnologias e tipos de dados.
Posso dizer que a TAU Media nasceu atendendo um novo mercado, de marcas com novas propostas, inovadoras em vários segmentos, mas que também precisavam do conhecimento acumulado (atalho inteligente), da estratégia e do business.
Nascemos no futuro, digo isso porque quando entramos nesse negócio fiquei, investi e me associei a uma jovem plataforma de tecnologia chamada Crowd. Ela soma nas respostas digitais e nos disponibiliza centenas de criativos, mídias, planejadores, conteúdo e etc. Estou amando e energizado.
Abramark – Hoje a maior parte do investimento em mídia se concentra em resultados de vendas, geração de leads, engajamentos e conversões. Por outro lado, a comunicação institucional, de marca, que constrói equity vem sendo deixada em segundo plano. Em seu entendimento, por que isso acontece? O consumidor deixou de valorizar as marcas ou as marcas que abriram mão do médio e longo prazo pra estratégias pautadas apenas no curto prazo?
FR – Sem dúvida, a maior parte dos anunciantes está angustiada com venda, geração de leads, conversões e mais VENDA. Isso faz parte de uma alucinação digital, onde o operador vale mais que o estrategista (se é que esse ainda existe). Agora engajamento para mim é conhecimento da marca, seus propósitos, seus diferenciais e sua missão, não basta apenas o contato com o consumidor, a venda por si só não é sustentável.
Nunca vimos tanta pobreza criativa, tanta repetição, tanta rasura, tanta importunação. Esse é o reflexo do caos do momento. Centenas de marcas pelo mundo se perderam ou encolheram, fruto do foco exagerado em vendas e o descrédito ao marketing institucional.
As agências esqueceram o bom gosto e se misturaram com essa “alucinação” digital sem pensar.
Abramark – Qual a diferença dos serviços de uma consultoria de mídia para aqueles feitos pelas agências?
FR – Os conceitos são os mesmos, o que muda é que a consultoria, além de poder trabalhar com dados disponíveis (todos), tem à disposição um sem número de talentos e expertises. Uma coisa é certa: um departamento de mídia nunca resolveu ou desenvolveu estratégias sem pesquisa, criação, sem planejamento de comunicação e tecnologia digital. A TAU nasceu e se devolveu com a Crowd e outros parceiros como a Fever, Arte da Marca e mais dezenas de satélites com vida.
Abramark – Analisando a publicidade como um todo, bem como as inúmeras mudanças e novas nuances que foram agregadas a ela nos últimos anos, você acha que os desafios dos mídias são maiores ou menores do que nos “anos de ouro da propaganda”?
FR – Sem dúvida são maiores nessa confusão de meios toda, mas são desafiadoras também. Anos de ouro são aqueles que exigem de você toda sua energia e podem existir sempre.
Agora, de verdade, sinto falta de gente repleta de conhecimento, da troca de conhecimento, da criatividade, da verdade e do bom gosto. Tenho, sim, saudades do Petit, do Zaragoza, do Roberto, e dos brilhantes colegas que trabalhei em toda minha carreira. Mas também gosto muito do hoje, do novo e do que está por vir.
Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de marketing ou comunicação que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?
FR – Não ter preguiça de aprender, busca continua pelo conhecimento, saber ouvir, não ter medo nunca (foi a base da minha carreira), ser ético, pensar, não resistir ao novo, conviver com gente inteligente e alegre. Lembrar que nunca somos “eu” e sim “nós”.
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