Aparentemente, as novas empresas de sucesso têm um ciclo de vida bem mais curto.
Se não conseguir inovar se reinventando a cada 10 anos, terá imensas dificuldades em completar os 20.
Uma das melhores empresas das últimas décadas, uma lição espetacular de inovação, competência, capacidade de realização, a NETFLIX, encontra-se neste momento numa encruzilhada, ou encerrando seu primeiro ciclo.
Depois de 23 anos de existência, chegou no mês de outubro de 2020 a ser a 23ª maior empresa do mundo.
Lá atrás apostou numa possibilidade decorrente das conquistas da tecnologia, o STREAMING, o que nenhum dos BIG PLAYERS ousara fazer, e para chegar lá financiou-se recorrendo a locação convencional de DVDs, entregues casa a casa nos ESTADOS UNIDOS.
Deu certo, decolou, criou um novo mercado, gol de placa daqueles verdadeiramente espetaculares.
Como mais que previsto, todos vieram atrás, e ingressou na nova década cercada por todos os lados. E ainda, coisa que poucos vem comentando, pela revanche dos piratas. Mais adiante nesta análise falo sobre isso.
O fato é que pela primeira vez e no primeiro trimestre de 2022, a NETFLIX confessou que sua base de clientes começa a derreter.
Pela primeira vez em sua história, embora permaneça na liderança destacada com mais de 200 milhões de assinantes, agora já vê a AMAZON PRIME encostando em seu calcanhar, com os demais concorrentes em seguida.
E assim, e confessando publicamente que o modelo precisa ser revisto, que não consegue mais sustentar a liderança só com assinaturas face a ação de mais de uma dezena de concorrentes – sem falar das revanches dos piratas – decide ter uma opção de assinatura grátis com venda de publicidade.
Ao comentar a primeira queda no número de assinantes,
o criador e líder da NETFLIX, REED HASTINGS, declarou, já antecipando novidades e mudanças:
“Pense em nós como bastante abertos a oferecer preços ainda mais baixos com publicidade…”.
De verdade, mesmo, o grande desafio da NETFLIX e de todas as demais plataformas de streaming é a REVANCHE DOS PIRATAS.
Antes da NETFLIX e demais plataformas de streaming, os piratas deitavam e rolavam vendendo cópias piratas dos filmes, shows e demais espetáculos, por todas as principais esquinas do mundo.
Aí chegou o streaming, e as pessoas gradativamente foram abandonando as cópias piratas.
Com o mesmo dinheiro de duas ou três cópias piratas faziam uma assinatura da NETFLIX e recebiam em suas casas conteúdos de ótima qualidade, numa quantidade mais que suficiente para ocupar as horas disponíveis para o lazer.
E assim em poucos anos, os piratas viram seu ex-próspero negócio cair a níveis insignificantes.
Mas, não descansaram. E voltaram com uma espécie de versão streaming da pirataria.
Por menos de US$ 10,00 por mês, ou R$ 50,00, oferecem milhares de filmes, documentários, o conteúdo das principais plataformas de streaming, filmes em lançamento nos cinemas, novelas e séries de TV, canais de pay-per-view, e muito mais.
E o número de piratas da geração streaming cresce numa velocidade maior do que os piratas da geração DVD.
É isso, amigos.
Não apenas a NETFLIX encontra-se numa encruzilhada. Todas as demais plataformas, também. E assim e a partir de agora, começaremos a assistir uma nova caça aos piratas que, caso não sejam contidos, poderão inviabilizar não apenas a líder NETFLIX, como todas as demais.
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Esse conteúdo é parte da síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios no Brasil e no mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER.
