Acadêmico da Abramark, com passagem marcante na liderança de importantes empresas, Alexandre Hohagen é formado em Jornalismo e Publicidade, com mestrado em Recursos Humanos pela Universidade de São Paulo e cursos de gestão de pessoas no IMD (Suíça), a FGV (Brasil) e IIDH (Holanda).
Com mais de 20 anos de experiência nas áreas de tecnologia e mídia, multipremiado e reconhecido, com atuação em toda a América Latina, mercado hispânico e Estados Unidos, Hohagen teve passagens de destaque como Vice-Presidente Ad Sales and E-Commerce no Uol, e como Diretor Geral da HBO no Brasil. Na sequência, aceitou o desafio de iniciar as operações do Google no Brasil, liderando a companhia na América Latina durante seis anos.
Em 2011, tornou-se o vice-presidente do Facebook na América Latina & US Hispanics, cargo que ocupou até 2015, quando passou a atuar como investidor e conselheiro de diversas empresas, como Nobox (Miami), Ampfy (São Paulo), Marketup (São Paulo) e Botmaker (Buenos Aires), entre outras.
Por tudo isso e muito mais, Alexandre Hohagen, acadêmico da Abramark, é o nosso convidado da semana a responder nossas cinco perguntas. Confira!
Abramark – Você vive em Florença, uma cidade que respira arte, inspiração, romantismo. O que motivou a sua escolha e como tem sido viver na Toscana?
AH – Florença representa para mim e minha família, uma oportunidade de viver uma vida completamente oposta àquela que vivi por mais de 20 anos como executivo de grandes empresas, com responsabilidade internacional, agenda atribulada, estresse do cargo, sempre viajando, vivendo semanas entre São Paulo, Nova York, Miami, São Francisco. Em grande parte, a escolha foi feita com o intuito de proporcionar uma educação diferenciada para minhas filhas e poder dedicar tempo a outros projetos, pessoais e profissionais. Queríamos um lugar com muita história, cultura, uma vida mais tranquila, comunidade internacional. Em 2017, ainda morando nos Estados Unidos, lancei a ideia de uma experiência diferente e começamos a sonhar com possíveis destinos. A Itália sempre nos agradou. Florença, na Toscana, é uma cidade pequena e com tudo o que queríamos, foi a escolha conjunta da família. Viemos com a promessa de ficar apenas um ano. Nos apaixonamos e estamos há mais de 5 anos vivendo na Toscana. Aqui, além da dedicação à família e o trabalho com as empresas as quais sou sócio, atuo como mentor voluntário para jovens empreendedores locais e produzimos uma pequena quantidade do nosso azeite extra virgem de oliva.
Abramark – Fale um pouco sobre a Ampfy, seus clientes, e o atual momento da agência.
AH – A Ampfy vive um momento incrível de crescimento e reconhecimento do mercado. Após dois anos difíceis de pandemia, nos quais clientes relevantes tiveram seus negócios muito afetados, o ano passado e este têm sido um período de aprendizado, crescimento, foco na excelência de serviços, implementação de novas tecnologias e, consequentemente, a atração de novos projetos e clientes para a agência. Na edição 2022/23 do estudo Agency Scope, fomos avaliados como a melhor colocada entre as agências brasileiras, segundo os clientes e a agência independente melhor colocada no ranking de novos negócios do M&M. E o mérito desse excelente momento é da equipe que está no dia a dia. Meus sócios executivos são os responsáveis pelo crescimento, atração de novos clientes e a modernização em muitos dos nossos processos, inclusive já olhando para as novas tecnologias de inteligência artificial generativa que terão um impacto muito grande na indústria de publicidade.
Abramark – Entre os vários negócios que atua e participa como sócio ou investidor, está a Botmaker, empresa presente em vários países e considerada pioneira no uso de IA para atendimento e outras soluções conversacionais. Com o boom que tomou conta do mercado (e do imaginário de todas as pessoas), graças ao ChatGPT e outras tecnologias de inteligência artificial generativas, como você vê o crescimento desse mercado e o temor da obsolescência de grande parte da força de trabalho em todo mundo?
AH – Sem dúvida dentro do meu portfólio de empresas investidas, a Botmaker é a empresa de tecnologia que mais se destaca pela construção de uma plataforma SAAS (Software As A Service) que há mais de 6 anos presta serviços para centenas de empresas na América Latina, Estados Unidos e Europa. A empresa nasceu como uma solução de automação de conversas em websites e aplicativos de mensagem (FB Messenger, Whatsapp, iMessage) e evoluiu para uma plataforma que conecta empresas, produtos e serviços a seus clientes e colaboradores. Recentemente integramos a plataforma ao ChatGPT para ajudar empresas na interação com seus clientes. Isso nos coloca em uma posição muito interessante, tendo em vista a crescente relevância do ChatGPT.
Há muitos anos não éramos impactados por uma tecnologia com tamanho potencial de transformar tantos setores, e diferentes atividades como educação, vendas, trabalho. Sem dúvida o mundo passará por uma grande transformação à medida que entendemos o impacto dessa nova tecnologia de maneira mais prática. Apesar do boom, a tecnologia ainda é nova e implementada por poucas empresas. Do ponto de vista da força de trabalho, o desafio maior dos empresários e líderes será a de atrair e treinar talentos para essa nova realidade. Habilidades como pensamento crítico e julgamento analítico, resolução de problemas complexos e criatividade serão novas competências essenciais. Eu acredito, no entanto, que da mesma forma como aconteceu com outras tecnologias disruptivas, nós teremos a capacidade de nos adaptar a essa nova realidade e seguir em frente.
Abramark – Impossível não perguntar para alguém com sua experiência e visão: na sua opinião, o que está mais fortemente por trás das seguidas demissões nas big techs e outras importantes empresas da nova economia? Revisão do modelo, pressão de investidores e acionistas, menor necessidade de mão de obra devido a avanços tecnológicos e outros aprimoramentos? Ou tudo isso somado a algum outro fator?
AH – Na verdade, um pouco de tudo o que você menciona. A meu ver estamos voltando para o modelo de empresas com mais controles, orçamentos a serem seguidos e expectativas de crescimento mais realistas. Nós vivemos quase duas décadas de crescimento desenfreado das empresas de tecnologia, grande quantidade de capital disponível para investimento e pouca preocupação em uma gestão empresarial mais tradicional. Eu vivi esses dois momentos e vi de perto a diferença. Contratações aceleradas, todos os benefícios inimagináveis para atrair talentos e certa condescendência com o bottom line. Veja que durante anos o valuation das empresas de tecnologia estava baseado mais em vendas do que em resultados. A crise pela qual passamos nos últimos meses fez com que muitos executivos e investidores percebessem que aquele modelo do passado não funcionava. Na minha opinião, entramos na era do back to basics.
Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de comunicação, propaganda e marketing que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?
Aprender sempre, não ter medo de mudar e ser mais ambicioso e menos romântico nas escolhas de carreira.
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