Um dos maiores nomes da publicidade brasileira, Paulo Giovanni iniciou sua carreira aos 15 anos como radialista e apresentador de TV, atuando com brilhantismo nessa área. Com muitos sonhos e vontade de crescer, fundou a agência Giovanni Comunicações, adquirida, em 1998, pela americana FCB, tornando-se a Giovanni FCB. Em 2010, fundou a Tailor Made, que foi adquirida pelo Grupo Publicis e rebatizada como Leo Burnett Tailor Made. Além disso, liderou a Publicis Brasil (e sua unidade de varejo, Publicis Salles Chemistri), DPZ&T, Talent Marcel e Sapient AG2.
Hoje é sócio da AKM Perfforma empresa líder do setor de Live Marketing, e sócio-presidente do Conselho do Grupo Trademark, composto pelas agências Pop Trade e Seven Trade Marketing.
Integrante do Hall da Fama da Abramark, ele é o nosso convidado da semana para responder cinco perguntas.
Abramark – Fale um pouco sobre os negócios e momento do Grupo Trademark, detentor de duas empresas e diversas soluções distintas, uma das principais referências do trade marketing brasileiro.
PG – O Grupo Trademark, composto pelas agências Seven e Pop Trade, passa por um momento virtuoso. A conquista recente de novos clientes como Sanofi, Aché, Reckitt Benckiser, Camil, Purina e Petronas mostra a consolidação da estratégia do nosso grupo em ampliar seu portfólio de soluções com uma frente forte de tecnologia e dados, com o propósito de trazer valor ao trade, e acompanhar uma tendência de evolução nas relações através da transformação digital. Essa estratégia nos traz a capacidade de customização de entregas, com qualidade e efetividade indo de encontro às necessidades pontuais da indústria.
Tendo sempre a tecnologia, pessoas, dados e resultados como quadra de seus pilares de sucesso, o Grupo Trademark busca ainda agregar a seu portfólio novas soluções através da aceleração da criação de novos produtos num ciclo constante de evolução e o monitoramento do mercado, buscando oportunidades de crescimento inorgânico.
É uma abordagem arrojada que busca trazer ao mercado os diferenciais desejados pela indústria e varejo de forma mais rápida e rentável.
Abramark – Sem dúvida, um dos setores mais atingidos pela pandemia foi o de trade marketing. Agora, com as pessoas procurando viver normalmente, quais seriam as principais lições e “mudanças forçadas” que aquele período de isolamento e restrições deixaram para o setor?
PG – Seguramente as mudanças mostraram que a velocidade e adaptabilidade têm que ser parte do negócio. Ouvir o cliente (seja a indústria ou varejo) e o shopper passa a ser essencial para a sobrevivência.
A multicanalidade deixou de ser uma tendência e a duras penas se tornou uma realidade que fortaleceu o phygital e conferiu ao shopper o poder da escolha em multiambientes, aumentando o grau de exigência de entregas de valor.
Isso nos motivou a olhar a transformação digital e a proximidade do cliente como vetores de sucesso do negócio, ou seja, empoderar clientes e shoppers e massificar o uso de tecnologia. Investimos também na adoção de metodologias ágeis e otimização das entregas, fortalecendo o trade e tornando-o mais do que apenas um viabilizador das estratégias, mas sim, parte relevante dela.
Abramark – Na sua ótica, qual é o maior desafio do trade marketing para os próximos anos: amplificar e disseminar as novidades que as intermináveis descobertas da tecnologia trazem, melhorar as técnicas e desenvolvimento do capital humano envolvido nas operações, qualificar a estratégia devido aos crescentes aprendizados provenientes das análises de dados? Ou outro desafio ainda mais obscuro?
PG – Dentre os muitos desafios, está o uso coerente dos dados como validadores da estratégia, gerando capacidade de criação de correlações e prescrições.
A tecnologia irá trazer insumos infindáveis para o ambiente do trade, e com isso a quantidade e oferta de dados tendem a crescer exponencialmente, criando um novo e desafiante cenário: o que fazer com esse volume de informações e como trazer valor aos clientes através deles?
Acreditamos que ganharão destaque as empresas que, assim como o Grupo Trademark – através da Pop e da Seven Trade –, tenham o olhar voltado a esse desafio, criando formas e fomentando o uso de ferramentas e tecnologias para geração de capacidade na gestão dos dados, aportando inteligência e inovação na forma de usá-los. O jogo será transformar os dados em valor efetivo e resultados.
Abramark – Você foi apresentador de rádio e TV em inúmeras emissoras, incluindo o maior e mais importante grupo de comunicação do Brasil. Que ensinamentos esse tipo de experiência, que pouquíssimas pessoas conseguem conquistar, foram agregados ao seu dia a dia de trabalho na gestão dos seus negócios até os dias de hoje?
PG – Realmente foi um privilégio poder trabalhar por 19 anos no Grupo Globo como apresentador de um programa na Rádio Globo do Rio e ter uma experiência de 1 ano na Rede Globo fazendo o Domingo Bingo.
Talvez a coisa mais importante foi perceber que equipe é fundamental. A Globo não teria a relevância que tem já há tantos anos se não tivesse atrás das câmeras e dos microfones um grupo de profissionais muito competentes e em busca da superação a cada dia.
Procurei levar esse conceito para a publicidade. E ainda uso até hoje como sócio da AKM Performma e do Grupo Trademark, que tem as agências Pop Trade e Seven Trade.
Somos mais de 5.000 profissionais dedicados ao marketing dos nossos clientes e todos os dias me lembro que nada é mais importante do que manter o time todo unido e motivado. Do mais graduado ao que está iniciando sua vida profissional conosco.
Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de marketing e comunicação que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?
PG – Trabalhe com dedicação, mantenha-se atualizado e faça seu cliente prosperar.
No nosso negócio, o sucesso do cliente é o seu sucesso também.