Consumidores brasileiros estão mais abertos a pagar com criptomoedas, criando novo desafio para os varejistas

Há uma demanda crescente na América Latina pelo uso de criptomoedas para pagamentos nas compras. De acordo com uma pesquisa recente realizada pela CoinsPaid, não é apenas um fenômeno online: no Brasil 36,3% dos entrevistados disseram que teriam interesse em pagar as compras em lojas físicas com criptomoedas. A pesquisa foi realizada em março de 2022 na Argentina, Brasil e Colômbia com um total de 1.506 indivíduos.

O restante dos entrevistados brasileiros relataram que usariam cripto em lojas físicas apenas em circunstâncias específicas: 9,1% usaria apenas em uma loja com marca forte/familiar; 10,6% só usariam criptomoedas em lojas para itens de grande valor; enquanto 7,1% apenas para compras de pequeno valor. No geral, 63,1% dos brasileiros disseram que estão prontos para adotar pagamentos em criptomoedas para pelo menos algumas de suas compras físicas no varejo. Enquanto isso, apenas 30,4% dos brasileiros disseram que nunca usariam criptomoedas para pagamentos online.

A pesquisa revela que os brasileiros estão alinhados com outros países da região em relação ao desejo de usar criptomoedas: 65,4% dos colombianos afirmaram que estariam prontos para usar criptomoedas para pelo menos alguns pagamentos em lojas de varejo e 65% dos argentinos disseram o mesmo. Enquanto isso, 35% dos argentinos disseram que nunca usariam uma criptomoeda em lojas físicas e 44,5% nunca usariam online; enquanto 34,6% dos colombianos relataram que nunca usariam criptomoedas em uma loja física e 29,3% nunca usariam a moeda digital para pagar online.

“Existe uma suposição entre algumas empresas de que, como as criptomoedas são moedas digitais, os clientes só vão querer usá-las como meio de pagamento no mundo online. No entanto, isso claramente não é o caso no resto do mundo e estamos descobrindo cada vez mais que isso não representa a experiência de varejo na América Latina”, diz Rafael Brunacci, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da CoinsPaid na América Latina.

A pesquisa identifica os principais obstáculos para o crescimento do uso de criptomoedas. No Brasil, 36,2% dos entrevistados da pesquisa sinalizaram que a confiança na segurança de tal pagamento poderia torná-los mais propensos a usar criptomoedas como pagamentos – mais do que qualquer outro fator. Ao mesmo tempo, os brasileiros também disseram que se, ao comprar com criptomoedas, tivessem descontos especiais em produtos (26,8%) ou maior comodidade e conforto (26,3%) como possíveis benefícios, se sentiriam mais incentivados a escolher uma moeda digital como forma de pagamento.

Brunacci diz que o rápido crescimento de negócios que ajudam empresas a processarem pagamentos em criptomoeda é uma prova da crescente demanda dos indivíduos por terem opções além das tradicionais moedas ‘fiduciárias’.

“Algumas empresas pensam que as criptomoedas são compradas apenas como reserva de valor – semelhante a um ‘ouro digital’ – e como os clientes não usam ouro físico no checkout, os varejistas também não precisam processar moedas baseadas em blockchain como meio de pagamento”, diz Rafael Brunacci. “Na verdade, o oposto é verdadeiro, e as empresas que não podem dar aos clientes a opção de pagar com criptomoedas perderão cada vez mais vendas para os concorrentes que já aceitam esse método de pagamento.”

A pesquisa descobriu – talvez sem surpresa – que o item que os entrevistados mais escolheriam usar criptomoedas como meio de pagamento eram eletrodomésticos (27,1%), mas viagens (25,8%), comida (22,5%) e jogos online (18,8%) também foram escolhas populares.

No entanto, os entrevistados também sinalizaram que há uma oportunidade para os varejistas melhorarem sua marca por meio da oferta de criptomoedas como meio de pagamento: mais da metade (50,5%) de todos os entrevistados no Brasil disseram ter uma visão positiva das empresas que oferecem serviços de pagamento de criptomoedas e 42,9% acredita que a opção de usar criptomoedas criou uma visão muito favorável do varejista. Apenas 37,1% disseram que a capacidade de uma empresa de processar criptomoedas para pagamentos não afetaria sua percepção da empresa.

Enquanto isso, outra pesquisa da CoinsPaid mostra que o uso de criptomoedas como pagamento vem crescendo. Em 2021, o uso do Bitcoin (BTC) como meio de pagamento atingiu US$14,5 bilhões por dia durante períodos de baixa volatilidade e abrangeu todos os tipos de varejo, tanto online quanto lojas físicas, e em diferentes segmentos da indústria.

“As compras em criptomoedas como Bitcoin obviamente aumentam quando seu próprio valor é estável, mas a tendência é clara. Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2022, as transações de criptomoedas totalizaram US$1,8 trilhão – o que é uma enorme quantidade para a atividade de varejo e ilustra a importância para as empresas aceitarem pagamentos de moedas digitais”, diz Brunacci.

Prevê-se que o surgimento de ‘stablecoins’ – que são criptomoedas atreladas a moedas fiduciárias ou outros ativos como ouro – acelere ainda mais o aumento do uso de criptomoedas como meio de pagamento. Hoje, os pagamentos com stablecoins para varejistas na blockchain TRON já movimentam em média US$8 bilhões por dia – quase 2,5 vezes os pagamentos globais do PayPal (US$3,1 bilhões).

#Abramark, #Criptomoedas, #CoinsPaid

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