Embora e supostamente prazerosa, dependendo da bandeira e da loja de supermercado, décadas atrás era uma festa ir a um supermercado.
Na partida, e com a chegada, 1953, agosto, de propriedade de Mario Wallace Simonsen, os primeiros “supers” amedrontavam pessoas acostumadas a comprarem em lojas com vendedores.
Não se sentiam à vontade pegando produtos na prateleira e ir colocando no carrinho. Tinham medo de serem presas. Hoje, 70 anos depois, os “supers” invadiram o Brasil em diferentes formatos, e agora tentam se reinventar diante do crescente prevalecimento do SBD – SUPER BY DELIVERY…
E, no meio do caminho, novos formatos foram se manifestando, e dentre esses, e nos últimos 30 anos, o advento e sucesso dos ATACAREJOS, onde o ATACADÃO converteu-se em referência, e foi comprado em 2007, por R$ 2,2 bilhões, pelo CARREFOUR.
Feito esse rápido introito, neste preciso momento o CARREFOUR decidiu e começa a ativar, em sua estratégia global, levar o modelo ATACADÃO para a FRANÇA.
E, claro, os franceses, os mais velhos começaram a torcer o nariz.
Apenas lembrando, o CARREFOUR nasce do estudo que os irmãos CARREFOUR fizeram nos ESTADOS UNIDOS, onde aprenderam a ciência e a arte do autosserviço.
No início importaram o modelo americano, colorido, barulhento, estridente, e os franceses detestaram. Corrigiram essa espécie de Carnaval, optaram pela discrição, tons pastéis, e sucesso total. E, depois, invadiram outros países, muito especialmente o Brasil.
Dizem que os conquistados mudam a cultura dos conquistadores. E foi o que aconteceu com o CARREFOUR. Que ganhou muito dinheiro com o ATACADÃO, decidiu levar o modelo para a França, mas esqueceu-se de como são os franceses.
Lembram da frase cunhada em ROMA, século VI d.C, por SANTO AGOSTINHO, “Em Roma como os romanos”.
Isso mesmo, na França como os franceses e o CARREFOUR vai ter que investir pesado e adaptar forte o modelo ATACADÃO para ter alguma chance de sucesso. Começa que os franceses se incomodam com o til e têm enorme dificuldade em falar ATACADÃO.
Mas, inicialmente, lideranças das cidades começam a se incomodar e vai ficando difícil escolher por onde começar.
Em princípio, a invasão brasileira ATACADÃO do CARREFOUR começaria pela cidade de SEVRAN, de pronto rejeitado pelo prefeito STÉPHANE BLANCHET que protesta, revolta-se, dizendo, “Advirto o CARREFOUR sobre as consequências desastrosas se o plano for levado adiante”.
É isso, amigos. Os conquistadores levando para suas terras de origem novidades aprendidas com os povos conquistados.
Mas e que, e para terem alguma chance de sucesso, precisarão de uma customização, quem sabe, reengenharia…
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Esse conteúdo é parte da síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios no Brasil e no mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER.