Cláudio Carvalho: “Tenho visto uma grande inquietação criativa por parte das agências, o que puxa a qualidade pra cima”

Talento, trabalho e hereditariedade. Essas três palavras são as mais indicadas para explicar a relação de Cláudio Carvalho com a propaganda. Filho do saudoso Fernando Carvalho, fundador da Publivendas — hoje Morya —, Cláudio segue escrevendo uma história de sucesso na propaganda brasileira a partir de Salvador (BA).

Cláudio, que “vive” na agência desde 1987, como faz questão de dizer, lidera uma empresa fundada em 1956, com forte carga emocional e DNA do pai, mas uma marca que sempre buscou se modernizar e crescer. Vendida ao Grupo ABC em 2011, conglomerado que passou a pertencer ao Omnicom em 2016, a Morya voltou a ser novamente 100% controlada por Cláudio em 2019.

Histórias de sucesso como essas, e de seus muitos clientes ao longo dos anos, colocaram Cláudio Carvalho no Hall da Fama do Marketing Brasileiro. Por isso ele é nosso convidado a responder às cinco perguntas dessa semana. Confira!

Abramark – Você e a Morya são expoentes da publicidade na Bahia e em toda região Nordeste. Como está o mercado no Estado nesse início de ano e quais as perspectivas de negócios para os próximos meses?

CC Por ora ainda acompanhando movimentos nacionais e até internacionais que impactam na capacidade de reação da economia a nível Brasil. Por outro lado, temos visto o poder público local bem atuante, o que dinamiza a atividade econômica e ativa o mercado publicitário.

O Digital democratizou e abriu portas para novos anunciantes e tem sido um caminho de desenvolvimento e crescimento para as marcas locais, não obstante a dificuldade, ainda, de encontrar o melhor modelo de remuneração. Tenho visto também uma grande inquietação criativa por parte das agências, o que puxa a qualidade pra cima e, naturalmente, pode trazer incremento de investimentos.

Para os próximos meses, se a taxa de juros cair e o cenário internacional melhorar, poderemos ter mais investimentos e ao final se configurar um bom ano.

Abramark – Você está à frente de um negócio de família que foi vendido a um grupo e recomprado anos depois. Há uma forte carga emocional e pessoal do DNA de seu pai, Fernando Carvalho, na agência e no conceito dos 3Cs. Pode explicar isso para a gente e como faz para tocar os negócios baseado em todo esse legado?

CC Somos uma agência que tem cultura forte, nosso desafio é trazer nossos 75 Moryanos e Moryanas para a mesma página e mesma intensidade. Acabamos de fazer um evento interno com toda a nossa equipe “Para Onde Nosso Barco Vai”, onde falamos muito sobre nosso DNA Fernando Carvalho e, sobre nossos 3 Cs Criatividade, Consistência e Consciência, e, sobretudo, quais nossos desafios para o ano e como colocá-los de pé. Nossa cultura funciona como um farol para nossas atitudes. Temos três pilares de sustentação, cliente satisfeito, uma boa casa para nossos profissionais se realizarem e, ao mesmo tempo, um negócio sustentável e lucrativo.

Abramark – Há uma frase, muito célebre que diz: “baiano não nasce, baiano estreia”. De onde você acha que vem essa capacidade criativa incrível, quase nata, atribuída com muita justiça e respeito ao povo baiano de maneira geral, e na publicidade, de forma mais específica?

CC Com certeza vem da mistura do nosso povo, da nossa pluralidade e da nossa miscigenação. A gente vê o talento e a criatividade baiana em várias áreas como música, artes plásticas, cinema, teatro, dança e não é diferente na publicidade, que sempre criou talentos incríveis e exportou para o Brasil e para o mundo. Agora, é importante entender que a chave começa com o talento natural, mas necessariamente vem acompanhado de muito trabalho e disciplina.

Abramark – A agenda ESG tornou-se algo mandatório e fundamental para empresas de todos os portes e setores. Como você avalia que nossas marcas tem lidado com isso recentemente?

CC Como diria uma querida amiga sobre o ESG, “agora o capital quer”, passamos daquela fase de apenas uma satisfação à comunidade por parte das empresas para o entendimento que o ESG é o caminho para uma economia promissora e um futuro realmente sustentável.  Hoje as marcas têm se movimentado nesta direção e a comunicação também está aprendendo a lidar com este novo momento.

Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de publicidade e comunicação que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?

CC Andar na linha enquanto postura e ética e sair da linha ou da caixa quando o assunto é inovação e criatividade. Para isso, não tem segredo, precisamos estudar sempre, pesquisar, viajar, adquirir novas experiências. Numa oportunidade, estive em visita à Coca-Cola em Atlanta (USA) e estava bem claro por lá a razão do sucesso do branding Coca-Cola, “creativity and discipline walk together“. Ao final, cada um de nós é uma marca e as nossas atitudes constroem nossa reputação, que será percebida por quem nos relacionamos.

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