*Por Luiz Menezes
Falem bem ou falem mal: o impacto dos creators em diferentes áreas atualmente é gigantesco e isso ninguém pode negar. O painel Creator Darwinism: The New Creative Advantage, que assisti presencialmente no Cannes Lions, trouxe uma visão poderosa sobre como os criadores estão assumindo o protagonismo estratégico no cenário da comunicação e da criatividade, provando verdadeiros resultados de negócios para marcas globais.
Uma das falas que mais me marcaram foi: “I was a creator before I had a title”. Ou seja, àqueles que adentraram no mercado em cadeiras estratégicas dentro dos bastidores, antes de ocupar posições C-level, já lideravam com sua voz e influência. Afinal, sejamos sinceros, os criadores não entram na sala para servir ao sistema, entram para servir à audiência. E fazem isso com valor e confiança, pois não herdaram credibilidade da mídia tradicional, tiveram que conquistar do zero.
Esse movimento acontece porque, cada vez mais, o público quer narrativas com pulso, que ressoem e que sejam cocriadas. Não é mais sobre quem sobe no pódio para falar, mas sobre criar conexões como se fosse uma ligação – onde os dois lados se escutam. Val DiFebo, CEO da DNY e atual conselheira da Attivo, destacou que incluir creators no processo desde o início é essencial e reforçou que muitas agências tradicionais falham em estruturar essa colaboração, pois operam em modelos ultrapassados.
Por esse motivo, resolvi elencar os principais insights que mais me chamaram atenção:
– Darwinismo dos criadores: os criadores de conteúdo não esperam convites, pois transformam o ambiente de dentro para fora.
– Estratégia sobre instinto: o instinto abre portas, mas a estratégia fundamentada em dados mantém você na sala.
– Cultura centrada no público: as audiências agora decidem o que importa, não mais a mídia tradicional.
– Colaboração criativa: marcas devem cocriar com criadores de forma consistente, não apenas dar briefings.
– Liderança adaptativa: líderes que não estão dispostos a mudar e ouvir novas vozes já estão obsoletos.
– Valor do criador autêntico: criadores de conteúdo não herdam confiança, conquistam através de transparência e conexão genuína.
– Evolução organizacional: integrar criadores não é um complemento, mas o núcleo da estratégia moderna de comunicação.
Por essa razão, penso que o “Darwinismo dos Criadores” representa uma revolução na comunicação e estratégia empresarial, em que os creators deixam de ser só produtores de conteúdo para se tornarem líderes estratégicos fundamentais, e cada dia mais assumindo também papéis relevantes nos bastidores de companhias, e não só na linha de frente como porta-vozes personificados de negócios. Este fenômeno surge a partir da capacidade dos criadores de compreender profundamente as audiências, interpretar sinais culturais em tempo real e traduzir essas percepções em estratégias de comunicação autênticas e relevantes.
Diferente do modelo tradicional, lugar onde marcas e agências ditavam narrativas, agora os criadores são os verdadeiros intérpretes da cultura, capazes de conectar marcas com comunidades de forma orgânica e significativa. Não se trata apenas de adaptação, mas de uma transformação radical onde a criatividade, a compreensão cultural e a capacidade de gerar engajamento genuíno se tornam mais importantes que estruturas corporativas tradicionais, permitindo que criadores reescrevam as regras de comunicação, marketing e liderança criativa.
*Luiz Menezes é fundador da Trope, uma consultoria de geração Z e Alpha que ajuda marcas a rejuvenescerem suas estratégias de negócio através da creator economy. Aos 25 anos, Luiz é nativo digital, creator, apresentador, empresário e empreendedor. Presente no mercado e atuando na área de comunicação há 9 anos, o especialista acumula experiência em organização de eventos voltados à cultura pop e geek, prestação de serviços de marketing de influência e digital PR para grandes marcas, como Meta, Itaú, BRF, Mondelez, P&G, Oi, entre outras.
